terça-feira, 28 de outubro de 2008

Resumo: O Apólogo

Um apólogo (= alegoria onde animais e coisas falam) Pequena história de vaidade e ciumeira que levam uma agulha e a linha a uma polêmica acalorada cada uma querendo mostrar a sua superioridade sobre a outra, na função que estão exercendo de confeccionar um vestido de baile para uma bela dama da nobreza que tem de ir a um baile. Participam, na história, como figurantes um alfinete e a costureira. A agulha diz que a linha esta cheia de si sem razão nenhuma. A linha pede que ela a deixe em paz e a agulha responde que falará quando lhe der na cabeça. A linha lembra que agulha não tem cabeça. Quando a agulha diz que é muito mais importante porque é ela que vai na frente abrindo caminho, a linha responde que os batedores do imperador também vão à frente e não são importantes. A agulha se vangloria de estar sempre entre os dedos da costureira e a linha lembra que terminado o trabalho a agulha vai para a caixa de costura enquanto ela, a linha, irá para o baile com o lindo vestido e sua dona. O alfinete parece querer consolar a agulha e lhe diz que ele não abre caminho e onde o colocam ele fica. O autor termina com uma lição moral (?) : "Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!"

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Editorial

Machado de assis é um dos maiores autores brasileiros, sendo conhecido no mundo todo por suas ótimas obras, Machado de Assis era cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta.
Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria Inês, à época morando em São Cristóvão, emprega-se como doceira num colégio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No colégio tem contato com professores e alunos e é até provável que assistisse às aulas nas ocasiões em que não estava trabalhando.
Sua união foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, é uma sentida perda, tendo o marido dedicado à falecida o soneto Carolina, que a celebrizou. Seu primeiro romance, Ressurreição, foi publicado em 1872. Com a nomeação para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, estabiliza-se na carreira burocrática que seria o seu principal meio de subsistência durante toda sua vida.
Por sua importância, a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de Casa de Machado de Assis.

Resumo: Noite de Almirante

O conto Noite de almirante foi publicado em 10 de fevereiro de 1884, no Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, e depois incluso na coletânea Histórias sem Data, do mesmo ano, pelo editor B. L. Garnier. Este conto, do início da segunda e melhor fase de Machado de Assis, traz muitas das marcas e preocupações do autor: a forte caracterização das personagens, a análise da volubilidade da alma humana, a influência dos fatores externos sobre a vida personagens etc. Como em várias outras histórias (A Cartomante é uma delas), em Noite de almirante a trama conduz todo o tempo a um inevitável desfecho trágico, mas que, diferente dos outros contos, não acontece, conferindo a este um sabor especial. Noite de Almirante (publicado no livro Várias histórias) é sobre Deolindo, jovem marinheiro que volta de uma viagem longa para encontrar a namorada, com quem fizera um voto de fidelidade (e cumprira) com um novo homem. Ele a procura, conversa com ela, dá-lhe um presente e sai desesperado, pensando em suicídio. Não o comete, mas tem vergonha de admitir aos amigos a verdade e mente que realmente passou uma noite de almirante.

Resumo: O Caso da Vara

O Caso da Vara é um conto narrado em terceira pessoa e tem como personagens, Damião e Sinhá Rita. O moço Damião foge do seminário por não querer seguir carreira eclesiástica. Esta havia sido escolhida por seu pai. Sem saber a quem recorrer, refugia-se na casa de Sinhá Rita, viúva com quem seu padrinho, João Carneiro mantinha relações não entendidas por Damião. Ao explicar seu desgosto pelo seminário, Sinhá Rita resolve ajudá-lo. Po isso, manda chamar João Carneiro a fim de que ele intercedesse junto ao pai de Damião. O rapaz em pouco tempo, está à vontade, contando anedotas que animam a negrinha Lucrécia, criada da casa. Sinhá Rita, percebendo a destenção da menina com seus afazeres ameaça Lucrécia com uma vara. Isso significava que se ela não terminasse suas tarefas até à noite seria punida. Damião resolve que a protegeria, aso sinhá Rita resolvesse surrá-la com a vara. João Carneiro é colocado a par da situação e envia um bilhete, dizendo à sinhá Rita que o pai do rapaz resistia a idéia de vê-lo fora do seminário. Ao bilhete sinhá Rita responde que ele salve o moço ou nunca mais vai vê-la. À noite, quando era hora de recolher os trablhos, Lucrécia não tinha terminado o seu. Sinhá Rita, irada, pega a menina pela orelha e pede a Damião a vara. Ele vacila, mas decide proteger-se a si mesmo e, apesar das súplicas de Lucrécia, ele alcança a vara.

Resumo: A Cartomante

A cartomante é a historia de Vilela, Camilo e Rita envolvidos em um triângulo amoroso. A historia começa numa Sexta-feira de novembro de 1869 com um dialogo entre Camilo e Rita. Camilo nega-se veementemente a acreditar na cartomante e sempre desaconselha Rita de maneira jocosa.
A cartomante está caracterizada neste conto como uma charlatã, destas que falam tudo o que serve para todo mundo. É um personagem sinistro, que apesar não ter nem o seu nome revelado (característica machadiana), destaca-se como um personagem que ludibria os personagens principais.
Rita crê que a cartomante pode resolver todos os seus problemas e angústias. Camilo já no fim do conto, quando está prestes a ter desmascarado seu caso com Rita, no ápice de seu desespero, recorre a esta mesma cartomante, que por sua vez o ilude da mesma forma como ilude todos os seus clientes, inclusive Rita.
A mulher usa de frases de efeito e metáforas a fim de parecer sábia e dona do destino de Camilo, este que sai de lá confiante em suas palavras e ao chegar no apartamento de Vilela encontra Rita morta e é morto a queima roupa pelo amigo de infância, que já está sabendo da traição da esposa e o esperava de arma em punho.

Curiosidades

- Da pedra à impressora laser

Em 1799, foi descoberta uma pedra com letras muito estranhas, na cidade de Roseta, Egito. Era a escrita hieroglífica, usada no Egito durante 3 mil anos e que por muito tempo permaneceu como um mistério sem tradução. Graças à Pedra de Roseta, o francês Champollion conseguiu decifrar em 1822 a linguagem dos hieróglifos egípcios. Porque na pedra estava gravado o mesmo texto – uma lei – também em grego antigo. Com isso, Champollion pôde comparar as duas línguas e decifrar o mistério que intrigou tanta gente durante tanto tempo.
O
papel foi inventado pelos chineses por volta do ano 100 d.C. Dali, espalhou-se pelo Oriente. Até o século 13, a Europa importava o papel que precisava para escrever. (Ele ainda não era usado para fins higiênicos).

- De onde vem o papel?

Da madeira! Mais precisamente, da fibra de celulose, material que constitui as plantas. A parte mais usada é a casca das árvores.
Talvez você já tenha ouvido falar do papiro, em algum filme de época ou na aula de
História. Inventado no Egito Antigo, era um tipo de papel feito da planta Cyperus Papyrus, que cresce perto do rio Nilo.
Até o século 11, todo mundo só escrevia a mão. Como não existia caneta (não dava para comprar uma Bic ali na esquina), usava-se penas de
animais molhadas em tintas vegetais.
Os chineses (de novo eles!) inventaram um jeito de imprimir letras no papel. Dizem que no século 8 chegaram a fazer 1 milhão de cópias de textos religiosos. No século 11, os chineses começaram a usar blocos de madeira para reproduzir os textos.
Já em 1430 (século 15), o alemão Gutenberg inventou uma máquina para fazer livros. Cada letra ou sinal de pontuação era uma peça de metal, molhada com
tinta.
A impressão offset é desenvolvida a partir dos anos 20 do século XX. Ela usa técnicas da
fotografia e hoje é o modo mais comum de imprimir livros, folhetos, revistas...
As impressoras para computadores domésticos começam a se popularizar nos anos 80. Ficou muito mais fácil e acessível imprimir documentos, gráficos, desenhos... Já pensou como Gutenberg ficaria admirado com tudo isso?

Realismo X Naturalismo

Realismo

Movimento artístico
que se manifesta na segunda metade do século XIX. Caracteriza-se pela
intenção de uma abordagem objetiva da realidade e pelo interesse por
temas sociais. O engajamento ideológico faz com que muitas vezes a
forma e as situações descritas sejam exageradas para reforçar a
denúncia social. O realismo representa uma reação ao subjetivismo do
romantismo. Sua radicalização rumo à objetividade sem conteúdo
ideológico leva ao naturalismo. Muitas vezes realismo e naturalismo se
confundem.

A tendência
expressa-se sobretudo na pintura. As obras privilegiam cenas cotidianas
de grupos sociais menos favorecidos. O tipo de composição e o uso das
cores criam telas pesadas e tristes. O grande expoente é o francês
Gustave Courbet (1819-1877). Para ele, a beleza está na verdade. Suas
pinturas chocam o público e a crítica, habituados à fantasia romântica.
São marcantes suas telas Os Quebradores de Pedra, que mostra operários,
e Enterro em Ornans, que retrata o enterro de uma pessoa do povo.
Outros dois nomes importantes que seguem a mesma linha são Honoré
Daumier (1808-1879) e Jean-François Millet (1814-1875). Também
destaca-se Édouard Manet (1832-1883), ligado ao naturalismo e, mais
tarde, ao impressionismo. Sua tela Olympia exibe uma mulher nua que
“encara” o espectador.

O realismo na
Literatura manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o
parnasianismo. O romance – social, psicológico e de tese – é a
principal forma de expressão. Deixa de ser apenas distração e torna-se
veículo de crítica a instituições, como a Igreja Católica, e à
hipocrisia burguesa. A escravidão, os preconceitos raciais e a
sexualidade são os principais temas, tratados com linguagem clara e
direta.

Na passagem do
romantismo para o realismo misturam-se aspectos das duas tendências. Um
dos representantes dessa transição é o escritor e dramaturgo francês
Honoré de Balzac (1799-1850), autor do conjunto de romances Comédia
Humana. Outros autores importantes são os franceses Stendhal
(1783-1842), que escreve O Vermelho e o Negro , e Prosper Merimée
(1803-1870), autor de Carmen, além do russo Nikolay Gogol (1809-1852),
autor de Almas Mortas.

O marco inicial do
realismo na Literatura é o romance Madame Bovary , do francês Gustave
Flaubert (1821-1880). Outros autores importantes são o russo Fiódor
Dostoiévski (1821-1881), cuja obra-prima é Os Irmãos Karamazov; o
português Eça de Queirós (1845-1900), que escreve Os Maias; o russo
Leon Tolstói (1828-1910), criador de Anna Karenina e Guerra e Paz; os
ingleses Charles Dickens (1812-1870), autor de Oliver Twist, e Thomas
Hardy (1840-1928), de Judas, o Obscuro.

A tendência
desenvolve-se também no conto. Entre os mais importantes autores
destacam-se o russo Tchekhov (1860-1904) e o francês Guy de Maupassant
(1850-1893).

Com o realismo,
problemas do cotidiano ocupam os palcos. O herói romântico é
substituído por personagens do dia-a-dia e a linguagem torna-se
coloquial. O primeiro grande dramaturgo realista é o francês Alexandre
Dumas Filho (1824-1895), autor da primeira peça realista, A Dama das
Camélias (1852), que trata da prostituição.

Fora da França, um
dos expoentes é o norueguês Henrik Ibsen (1828-1906). Em Casa de
Bonecas, por exemplo, trata da situação social da mulher. São
importantes também o dramaturgo e escritor russo Gorki (1868-1936),
autor de Ralé e Os Pequenos Burgueses, e o alemão Gerhart Hauptmann
(1862-1946), autor de Os Tecelões.

Entre
os artistas brasileiros, tem maior expressão o realismo burguês,
nascido na França. Em vez de trabalhadores, o que se vê nas telas é o
cotidiano da burguesia. Dos seguidores dessa linha se destacam Belmiro
de Almeida (1858-1935), autor de Arrufos, que retrata a discussão de um
casal, e Almeida Júnior (1850-1899), autor de O Descanso do Modelo.
Mais tarde, Almeida Júnior aproxima-se de um realismo mais comprometido
com as classes populares, como em Caipira Picando Fumo.

O realismo
manifesta-se na prosa. A poesia da época vive o parnasianismo. O
romance é a principal forma de expressão, tornando-se veículo de
crítica a instituições e à hipocrisia burguesa. A escravidão, os
preconceitos raciais e a sexualidade são os principais temas, tratados
com linguagem clara e direta.

O realismo atrai
vários escritores, alguns antes ligados ao romantismo. O marco é a
publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que
faz uma análise crítica da sociedade da época. Ligados ao regionalismo
destacam-se Manoel de Oliveira Paiva (1861-1892), autor de Dona
Guidinha do Poço, e Domingos Olímpio (1860-1906), de Luzia-Homem.

Os problemas do cotidiano
ocupam os palcos. O herói romântico é substituído por personagens do
dia-a-dia e a linguagem passa a ser coloquial.

Entre os principais
autores estão romancistas realistas, como Machado de Assis, que escreve
Quase Ministro, e alguns românticos, como José de Alencar, com O
Demônio Familiar, e Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882), com Luxo e
Vaidade. Outros nomes de peso são Artur de Azevedo (1855-1908), criador
de comédias e operetas como A Capital Federal e O Dote, Quintino
Bocaiúva (1836-1912) e França Júnior (1838-1890).

Naturalismo

O Naturalismo é a
radicalização do Realismo. (1880) Essa nova escola literária baseava-se
na observação fiel da realidade e na experiência, mostrando que o
indivíduo é determinado pelo ambiente e pela heriedade. O Naturalismo
esboçou o que podemos declarar como os primeiros passos do pensamento
Teórico evolucionista. O Naturalismo expandiu-se para outras artes.
Índice mostrar * 1 Literatura o 1.1 Émile Zola * 2 Teatro * 3 Pintura *
4 Naturalismo luso-brasileiro Literatura Ver artigo principal:
Literatura do naturalismo Os romances naturalistas se destacam pela
abordagem extremamente aberta do sexo e pelo uso da linguagem falada. O
resultado é um diálogo vivo e extraordinariamente verdadeiro, que na
época foi considerado até chocante de tão inovador. Ao ler uma obra
naturalista, tem-se a impressão de estar lendo uma obra contemporânea,
que acabou de ser escrita.Os naturalistas acreditavam que o indivíduo é
mero produto da heriedade e seu comportamento é fruto do meio em que
vive e sobre o qual age. A perspectiva evolucionista de Charles Darwin
inspirava os naturalistas, esses acreditavam ser a seleção natural que
impulsionava a transformação das espécies. Assim, predomina nesse tipo
de romance o instinto, o fisiológico e o natural, retratando a
agressividade, a violência, o erotismo como elementos que compõe a
personalidade humana. Ao lado de Darwin, Hippolyte Taine e Auguste
Comte influenciaram de modo definitivo a estética naturalista. Os
autores naturalistas criavam narradores oniscientes, impassíveis para
dar apoio à teoria na qual acreditavam. Exploravam temas como o
homossexualismo, o incesto, o desequilíbrio que leva à loucura, criando
personagens que eram dominados por seus instintos e desejos, pois viam
no comportamento do ser humano traços de sua natureza animal. No
Brasil, a prosa naturalista foi influenciada por Eça de Queirós com as
obras O crime do padre Amaro e O primo Basílio, publicados na década de
1870. Aluísio de Azevedo com a obra O mulato, publicado em 1881, marcou
o início do Naturalismo brasileiro, a obra O cortiço, também de sua
autoria, marcou essa tendência. Em O cortiço a face completa do
Naturalismo pode ser vista, nessa obra o indivíduo é envolvido pelo
meio, o cenário é promíscuo e insalubre e retrata o cruzamento das
raças, a explosão da sexualidade, a violência e a exploração do homem.
Émile Zola O francês Émile Zola foi o idealizador do naturalismo e o
escritor que mais se identificou com ele. O romance experimental (1880)
é considerado o manifesto literário do movimento. As leituras de Zola
sobre a teoria evolucionista de Darwin (a Origem das espécies foi
publicada em 1859), A filosofia da arte (1865), "um grande estudo
fisiológico e psicológico". O que Claude Bernard tinha desvendado no
corpo humano, Zola iria desvendar na sociedade. A título de
curiosidade, conta-se que Zola pouco mais teve que fazer do que
substituír as palavras médico por romancista do livro "Introduction a
l'étude de la médicine experimentale" (Claude Bernard) para poder
escrever a sua obra "Le Roman Expérimental",de 1880. Outras influências
fortes sobre seu trabalho, nesse sentido, seriam a obra de Balzac (que
havia realizado uma verdadeira radiografia da sociedade francesa com a
série de romances. A comédia humana, concluída em 1846) e as idéias
socialistas em ascensão (O manifesto comunista de Marx e Engels é de
1848). Em 1871, Zola dava início a seu grande projeto, a série Os
Rougon-Macquart. A repercussão na imprenssa do êxito de A taverna
(1876) levou Zola a responder à crítica da seguinte forma: "Estou sendo
considerado um escritor democrático, simpatizante do socialismo, mas
não gosto de rótulos. Se quiserem me classificar, digam que sou
naturalista. Vocês se espantam com as cores verdadeiras e tristes que
uso para pintar a classe operária, mas elas expressam a realidade. Eu
apenas traduzo em palavras o que vejo; deixo para os moralistas a
necessidade de extrair lições. Minha obra não é publicitária nem
representa um partido político. Minha obra representa a verdade". Em
1880, Nana é lançado e faz grande sucesso. Aborda um tema ousado: a
prostituição de luxo. Em 1885 Zola lança sua obra-prima Germinal. Para
escrevê-lo, o autor não se contentou com a pesquisa, foi direto à
fonte. Passou dois meses trabalhando como mineiro na extração de
carvão. Viveu com os mineiros, comeu e bebeu nas mesmas tavernas para
se familiarizar com o meio. Sentiu na carne o trabalho sacrificado, a
dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema do
calor e a umidade dentro da mina, o trabalho insano que era necessário
para escavar o carvão, a promiscuidade das moradias, o baixo salário e
a fome. Além do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros, por
isso sua narração é tão impactante. A força de Germinal causou enorme
repercussão, consagrando Émile Zola como um dos maiores escritores de
todos os tempos. Teatro Ver artigo principal: Teatro do naturalismo No
teatro, o naturalismo exerceu mudanças marcantes, com o surgimento do
diretor, do cenógrafo e do figurinista. Até então, o próprio ator
escolhia suas roupas, um único cenário era usado para diversas
montagens, e não estava definida a posição do diretor como coordenador
de todas as funções. A iluminanção passou a ser mais estudada e
adotou-se a sonoplastia. É um radicalismo do Realismo. Pintura Ver
artigo principal: Pintura do naturalismo Na pintura, um exemplo
naturalista é o famoso quadro de Van Gogh, Os Comedores de batatas
(1885). Naturalismo luso-brasileiro No Brasil, as primeiras obras
naturalistas são publicadas em 1880, sendo influenciadas pela leitura
de Zola. O primeiro romance é O mulato (1881) do maranhense Aluísio de
Azevedo, o escritor que melhor representa a corrente literária do
naturalismo entre nós. Além de O mulato foi o responsável pela criação
de um dos maiores marcos da literatura brasileira: O Cortiço. A
recepção crítica da teoria naturalista de Zola fez-se em Portugal por
intermédio de autores como Júlio Lourenço Pinto (1842-1907), José
Antonio dos Reis Dâmaso (1850-1895), Antonio José da Silva Pinto
(1848-1911) e Alexandre da Conceição (1842-1889). Esses, e outros como
Teixeira de Queirós (1848-1919), autor das séries Comédia do Campo e
Comédia Burguesa, e o mais destacado deles, Abel Botelho, (1854-1917),
criador da série Patologia Social, ou Carlos Malheiro Dias (1875-1941)
tentariam a aplicação do Naturalismo ao conto e ao romance. Pela
primeira vez, a literatura pôs em primeiro plano o pobre, o
homossexual, os negros e os mulatos discriminados. Alguns
representantes do Brasil foram Horácio de Carvalho, Inglês de Souza,
Julio Ribeiro, Emília Bandeira de Melo, Pápi Júnior, Rodolfo Teófilo,
entre vários outros.